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sábado, 25 de janeiro de 2014

AZINHAVRES, por João Maria Ludugero



 



 
 
 
 


 




 











 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

AZINHAVRES, 
por João Maria Ludugero


Cheiros e ruídos invadem a casa, 

As molduras dispostas na parede 

Ganham cores cinzas, ácidas.
O passado a limpo tanto encharca 
Quando encobre de azinhavre as pratas.
Tudo tem um jeito encardido na estante.
A Jarra, o pote, as cabaças, a moringa
A gamela no jirau a secar a puba,
O bisaco de farinha de mandioca
O tacho de cobre, o zinabre
A cela, os estribos, o arreio
O tempo enferruja as catracas
No desapear das horas 
Num bater de cascos incansável
Folhas secas pelo chão de dentro
Vento a ventar no riachão,
Bichos soltos a pastar no Vapor
Grito seco da moenda caiana
Caldo de cana nos ariscos
Estouro de saudades da Várzea
No topo da igreja, São Pedro apóstolo
De sentinela a olhar por nós
No peito, prevalece a fé santa 
Que não oxida nem corrói 
A desatada alma da gente
Que prossegue contente 
Em cores vivas!

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